terça-feira, 18 de outubro de 2011

“Amor em chama” Capítulo II

Passavam três dias que Suzy não colocava os pés a escola e isso estava a agoniar Tony. Não sabia ao certo porque ela não se fazia as aulas – seria porque não queria vê-lo? Estaria ela indignada com a sua atitude daquele dia? Estaria ela doente? Teria ela perdido vontade de estudar? - Não, pensar nesse tipo de coisas era terrível para ele; magoava-lhe e o deixava cheio de culpa por ter sido muito petulante, egoísta e descortês no dia em que estiveram juntos. Não é daquela maneira que a devia ter tratado – pensava ele. Aquela mulher era tão especial e, em tão pouco tempo, tinha conseguido se tornar o seu tudo: o seu sol, a sua lua, o ar que respirava, a sua estrela cadente, o seu mundo. Apetecia-lhe vê-la, olhar novamente para aqueles olhos lindamente grandes e hipnotizadores, tocar aquele corpo divinamente esculpido e fatalmente atraente, beijar novamente aqueles lábios docilmente carnudos e estupendamente deliciosos; apetecia-lhe ouvir novamente aquela voz angélica que se soltava sempre harmónica e maravilhosamente suave, que, às vezes, no negro do seu quarto e em aventuras sonambólicas, ouvia-a gritar seu nome. Apetecia-lhe encontra-la e dizer tudo o que ainda não lhe tinha dito; mas como faria isso, se ela sumira, evaporara sem deixar rastos?
Era tarde e o sol brillhava preguiçosamente entre as copas dos coqueiros que se alinhavam educadamente na miragem poente, dando um ar paradisíaco a cidade. Tony Estava no mesmo lugar onde Suzy o deixara no dia em que estiveram juntos. Algo lhe dizia que aquele era o lugar predilecto dela, pois tinha algo parecido com ela: o brilho do azul do mar era semelhante ao brilho dos olhos dela, o verde amarelo das acácias baladando ao ritmo dos ventos semblava-se ao colorido dos cabelos dela, sempre soltos e polidamente penteados; a miudez dos mangais marginais reflectiam à beldade do seu aspecto físico, retumbantemente juvenil e apetitoso.
Sentou-se nostálgico e completamente desesperado sobre o mesmo banco, que dias antes os acolhera, a ele e a Suzy. Lembrou-se do aterro dos pombos, do casal beijoqueiro, do perfume abundante e invasor de Suzy, do beijo roubado, da fuga desesperada dela, lembrou-se melancolicamente de tudo. Onde estaria Suzy?- pensou ele, enquanto lançava um olhar desinteressado às paredes longínquas das ruínas da marinha. Por lá viam-se casais aos namoriscos um pouco por todos os cantos, como era comum àquelas horas da tarde. As andorinhas abundavam graciosamente o céu vago, as borboletas divertiam-se beijando compulsivamente as flores dos mangais e, sobre as ondas distantes do mar, barcos à vela entrecruzavam-se, ansiosos de alcançar a terra firme, antes que a escuridão engolisse os escassos raios de sol, que ainda teimavam desafiá-la. mas algo depois o atraiu à atenção: Um pouco afastado dos casais, uma sombra feminina se erguia, solitária e aparentemente distante de si e de tudo em volta. O seu olhar não se despregava do mar. Era como se dele tentasse buscar respostas para perguntas difíceis.
-- Santo Deus, só pode ser ela! Não acredito! Suzy!
Tony saiu desesperadamente às correrias atrás dela, que nem se quer conseguia sentir os pés tropeçando entre os arbustos. Queria atirar-se aos braços dela, confessar que sofria pelo sumisso dela, enchê-la de beijos e dizer-lhe o quanto a amava!
Aproximou-se dela camaleando pelas costas e tapou-lhe o rosto para que ela o pudesse adivinhar. A suavidade daquelas mãos e o aroma daquele perfume envolvente eram inconfundíveis. Suzy sorriu.
-- Tony!. Sei que és tu!- disse ela dilatando o sorriso.
-- Como advinhaste que era eu quem te tapava os olhos? - Perguntou ele com admiração.
-- Ainda me lembro do teu perfume. O que fazes por aqui?
-- Ando a tua procura Suzy. Estou preocupado contigo. Desde o dia que nos vimos que não vais a escola. Cheguei a pensar que fazias isso por minha causa e por causa do que aconteceu naquele dia.
- E como sabias que eu estava aqui.
-- Não sabia! Mas o desespero, a saudade e a vontade de te ver arrastaram até aqui. Este lugar é muito parecido contigo e algo me dizia que te havia de encontrar aqui.—e olhando-a intensamente nos olhos, acrescentou:-- Não penso noutra coisa a não ser em ti Suzy. É muito mais forte do que eu, percebes!
Suzy suspirou e, engolindo uma gota de saliva em seco, começou a chorar aos soluços.
-- Tens que me esquecer Tony— disse ela aos soluços— eu não posso ficar contigo, não estou em altura de ser o que tu queres que eu seja para ti. Sinto muito Tony, sinto muito.
-- escuta, Suzy, eu...
-- Escuta tu, Tony.— Interrompeu-lhe ela, limpando o rio de lágrimas que banhava o seu rosto— Não é pelo simples facto de seres meu professor que eu não me quero relacionar contigo. Isso é um problema, com certeza, mas não muito difícil de resolver. Mas para além disso estou numa situação muito complicada e não te quero envolver nela. É a coisa mais importante da minha vida e não quero brincar com ela porque não me quero arrepender depois. Por isso te peço, pelo amor de Deus, que me esqueças.
-- Não vou conseguir, Suzy. Prefiro que me envolvas nela.
Suzy fechou os olhos e suspirou. Tony era tão insistente quanto sedutor e essas duas qualidades deixavam-na intrigada. Envolver-se com Tony era um perigo que ela não queria correr, pois sabia muito bem o preço que teria que pagar depois. Por isso, tinha que lhe contar a verdade.
-- Sou casada, Tony.
E era verdade. Suzy conhecera Samuel, um engenheiro de construção civil, numa festa de aniversário de sua amiga e com ele se casara, fazia já dois anos. Na altura, acabava de terminar uma relação que a tinha deixado apavorada e tremendamente decepcionada. Tinha surpreendido seu namorado na cama com uma das suas melhores amigas. Manuel fora um analgésico para a ferida que aquela situação criara dentro do seu coração. Não o amava, mas era um óptimo companheiro e amigo. Suzy aprendera a gostar dele, apesar de ser um marido ausente devido ao seu trabalho. Samuel era um tipo muito conversador e sabia fazê-la rir com facilidade. era diferente de muitos homens que ela conhecera na sua vida. Dava-lhe uma especial atenção e tratava-a como uma rainha. Nunca lhe deixava faltar absolutamente nada. E quando ausente, por obrigações de trabalho, telefonava sempre que pudesse e ficava horas falando-lhe dos seus projectos e da sua rotina e isso agradava Suzy. Embora carente, porque passava muito tempo sozinha, Suzy sentia-se feliz com a escolha que tinha feito, até conhecer Tony, que reavivou as lembranças do seu ex.Tony tinha muita coisa em comum com Zé Manel, seu ex-namorado, e isso a aterrorizava. Tony era demasiadamente jovem, bonito e sedutor. Era daqueles homens que toda mulher deseja ter; aliás, na escola, ouvira muitas das suas colegas admirarem-no e fazendo projectos de o seduzir. Por isso, tinha que o afugentar para bem longe de si, se quisesse se proteger e salvaguardar a sua personalidade e o seu casamento. Não queria passar de novo pela experiência que tivera com Zé Manel e comprometer o seu casamento, que naquele momento era a coisa mais importante da sua vida.
Tony passou as mãos pelos cabelos e suspirou. Não conseguia acreditar que aquela mulher que lhe estava a tirar do sério pertencia a um outro homem. Esperava tudo, menos isso. Aquela revelação tinha sido um choque enorme. Odiou, com com toda raiva que lhe apoderara naquela momento, a sorte do tal tipo.
-- Não posso acreditar Suzy- disse ele ainda atordoado com o que tinha acabado de ouvir.
-- Infelizmente é uma verdade, Tony. Por isso, peço que compreendas e esqueça tudo o que já aconteceu entre nós até agora. Não quero comprometer o meu casamento.
Começava a escurecer e as luzes da marginal já reluziam. Mas as copas das acácias dos passeios os cobriam dos olhares dos que por aí passavam. Poucos casais permaneciam no local.
-- Tony, tenho que ir. Já está tarde. — Disse ela, enquanto se levantava.
Tony atraiu-a para junto de si com um movimento rápido e forte, que ela mal pôde se mexer. O ritmo de respiração dos dois alterou-se e um calor intenso os cobriu.
-- Tony, pára com isso— suplicou ela.
Tony alcançou os lábios dela e beijou-os com raiva e paixão. Suzy, embora relutante, acabou aceitando o beijo dele. Impressionava-lhe como Tony tinha o poder de a dominar. Por mais que tentasse lutar contra as vontades dele, sempre cedia. Nunca tinha sido assim antes com nenhum homem que fosse.
Tony subiu as mãos até alcançar o peito dela dilatado e sugou-o com intensidade, enquanto se deliciava da língua dela. Desceu os lábios e se apoderou do pescoço dela que o beijou intensamente, fazendo-a estremecer. Em seguida, Suzy alcançou os lábios dele, que naquele momento faziam uma brincadeirinha bastante excitante nas suas orelhas, e beijou-os loucamente. Tony precipitou atrevidamente a sua mão para dentro dos calções dela e acariciou-lhe a fonte. Suzy gemeu.
-- Tony, não faz isso comigo— murmurou ela com uma voz trémula e afogada.
Tony olhou para ela com autoridade. Sentia os botões das suas emoções ligadas e estava a ferver de desejo.
-- Se não te posso fazer minha— disse ele— peço que deixes este momento acontecer, para que dele me lembre sempre que pensar em ti.
-- Tony, estás a tornar a minha vida difícil. — E se livrando dele, escapoliu-se em direcção a rua.
Tony seguiu-a e alcançando-a, arrastou-a a um dos quartos desmoronados da ruína. Segurou a face dela com as duas mãos e começou a beijá-la ardentemente. Mergulharam-se de novo numa onda de tensão, calor, desejo e paixão. Rodopiou-a com os seus braços fortes e enormes e começou a arranhá-la desesperadamente as costas. Suzy suspirou. Tony enfiou os seus dedos nos cabelos dela e começou a penteá-los enquanto se deliciava do queixo dela. Em seguida, alcançou de novo os lábios dela e, achando-os entreabertos, mordiscou maliciosamente o inferior, fazendo-a gemer. O instinto sexual começou a apoderar-se da Suzy e sentia inútil continuar a lutar contra ele, pois por mais que a sua mente assim o desejasse, o seu corpo a atraiçoava, entregava-se a ele de bandeja.
Reagindo provocações de Tony, Suzy pousou as mãos sobre os mamilos dele e começou a fazer uma brincadeirinha bastante excitante. A seguir alcançou a masculinidade dele. Apertou-a suavemente e continuou com as suas brincadeirinhas,
deixando Tony completamente desesperado. Tony levantou a blusa dela até alcançar os seios dilatados e endurecidos e chupou-os vigorosamente.
-- Tony, chega. Isto está indo longe demais— disse Suzy descontrolada.
Tony ignorou-a. Desabotoou os calções dela e introduziu o indicador no interior dela, fazendo-a disparar de gemidos. Em seguida fez os calções dela descerem até aos pés e, ajoelhando-se, alcançou a fonte dela com a língua e saboreou-a com gula. Suzy começou a contorcer-se, a lambuzar-se e a chorar de prazer.
-- Tony, pára! Isto não está certo. Alguém pode nos ver aqui. — Apelou ela.
-- Esquece isso, por enquanto.
-- Sou casada tony!!!
-- Esquece também isso.
Tony ergueu-se para lhe despir a blusa. Livrou-se ele também da sua t-shirt e se pôs a deleitar do corpo dela em ebolição. Um raio de fogo envolveu-os, produzindo uma evasão de desejos. Agora era ela quem descia para alcançar a intimidade dele. Introduziu-a na sua boca e começou a brincar, com um movimento de ir e vir, deixando Tony louco.
-- És uma selvagem miúda! – Disse ele.
-- Quero-te dentro de mim, Tony— replicou Suzy entre soluços e uma respiração bastante acelerada!
-- Não agora, quero enlouquecer-te primeiro-
-- Mais do que já estou?
Tony começou a beijá-la de novo, enquanto suas mãos passeiavam na nudez do corpo dela. Encostou-a a parede e continuou a beijá-la até sentí-la muito vulcanizada. Arqueou as pernas dela e introduziu-se entre elas, fazendo-se desaparecer completamente. Suzy pôs-se a acompanhar os movimentos dele que iam rápidos,
fogosos e turturantes. Subitamente Tony reduziu a sua velocidade, como que para levar mais tempo. Suzy gemia desesperadamente.
-- Vais matar-me Tony— gaguejou ela, enquanto acompanhava os movimentos dele, que naquele momento iam já desaferrolhados e enérgicos.
Uma energia conflituosa de calor, frio, gemidos, dores misturadas com prazer encobriu-os e embarcou-os ao Everest. Tinham atingido o orgasmo.
Os dois voltaram-se e se abraçaram energicamente, enquanto se recompunham.
-- Será que volto a te ver? — Perguntou Tony, enquanto a via vestir-se.
-- Não te prometo. O que aconteceu aqui foi um terrível engano. Não sei onde ando com a cabeça, meu Deus!
-- Peço teu contacto, Suzy.
--Fora de questão, Tony. Só peço que me esqueças.
-- Não me parece ser o que realmente desejas.
-- Tony, esquece-me. Não me complica a vida, por favor. — E sem querer encará-lo novamente, foi-se embora, atónita com tudo o que tinha acontecido naquele lugar.

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