segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Gosto de vender livros

Gosto de vender livros. Primeiro informo-me sobre eles, depois peço-os às editoras e distribuidoras que mos fornecem. Esta paixão torna-se cada dia maior, especialmente porque sabe bem ver, um a um, todos os livros que escolheste comprar serem vendidos. O mercado livreiro obedece hoje a uma lógica em que os bestsellers lideram os pedidos, fortemente sugeridos pelas campanhas publicitárias. Sucede que parte dos livros que encomendo não são bestsellers, não são recomendados por uma pop star ou um mediático apresentador de televisão, ou uma actriz que considera certo livro “formidável”, ou um político afamado. Compro-os porque os li e achei-os capazes de apelar e escandalizar, apaixonar e perturbar a mente do leitor, ou gerar qualquer outro sentimento que não seja o mero entretenimento. Pesa algumas vezes um receio: será que o público os receberá? Será que ao fim de um mês estará tudo vendido?

As manifestações no norte da África

Nos últimos meses, o norte da África, tem sido palco de manifestações, com populares exigindo reformas políticas e económicas, tendo levado a renúncia de alguns chefes de Estado, tal foi o caso de Zine El Abidine Ben Ali  da Tunísia e Hosni Mubarak do Egipto. Desde que estes acontecimentos tiveram inicio, até ao presente momento, o que a mim mais me espanta, é a maneira como isto é tratado nos diversos órgãos de comunicação social, com tendências a olhar e analisar o assunto como um problema “deles”. Muamar kadafi, que há tempos era um dos grandes símbolos de África, é hoje visto como um grande ditador. Egipto, Tunísia e a própria Líbia que “ontem” eram considerados países económicos relativamente estáveis, no presente é onde há a riqueza é desigualmente distribuída e com custos de vida altos.

Eleições fraudulentas na AEU

Realizaram-se no dia 20 e 22 de Novembro de2010 eleições à presidência da Associação dos Estudantes Universitários da Universidade Eduardo Mondlane (AEU). Até aí nada mau. O crítico, muito crítico, é a maneira profundamente torpe em que tais eleições foram realizadas.
Desde o princípio, as eleições foram marcadas por variadíssimas opacidades, omissão de informações a alguns candidatos, entre outras técnicas manhosas, todas com o propósito de beneficiar certo candidato, ao que se sabe, membro do último elenco da (AEU). Por isso, tais eleições ocorreram com várias manigâncias e manobras fraudulentas e infames. Eu tive sempre a ideia de que as associações juvenis em Moçambique são facilmente politizadas e comandadas por interesses que não são os seus, é por essa razão que sempre detestei juntar-me a elas, considerando que são acolhedoras de gente incapaz de se manter firme nos seus princípios, de prosseguir seus fins e, pior, incapaz de definir agendas e lutar para concretizá-las. Ou seja, essas associações deixam de lutar por suas causas e concentram-se em agendas programadas de fora. A consciência livre obriga-me a recusar subserviências desse tipo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um Governo negligente ou um povo que se negligencia

A negligência dos homens reside na repetição dos seus erros, um homem consciente que perante esse cenário nada faz para ajudar o negligente, esse é o pior dos negligentes, ou seja, é da obrigação do povo participar activamente na governação e na administração dos recursos públicos, através da descentralização que é um mecanismo por meio do qual o povo é chamado a participar activamente na Agenda do Governo, tendo a oportunidade de se auto-administrar, opinando, elaborando políticas que sejam satisfatórias localmente. 
Os processos descentralizadores constituem a transferência de autoridade no planeamento e na tomada de decisões. Deste modo para evitar assistir os erros do Governo e tornarmo-nos um povo negligente, há uma grande necessidade de participar.
Ana Chichava (1999), define a descentralização como a organização das actividades da administração central fora do aparelho do governo central. Podendo ser através de: medidas administrativas (e fiscais) que permitam a transferência de responsabilidades e recursos para agentes criados pelos órgãos da administração central, ou medidas políticas que permitam a atribuição, pelo governo central, de poderes, responsabilidades e recursos específicos para autoridades locais.          
A descentralização também pode ser entendida como a transferência de recursos e responsabilidades ou poder, dos níveis nacionais (macro) para os níveis subnacionais (micro).