segunda-feira, 28 de março de 2011

Conceito de Política

Moçambique é um dos Estados jovens existentes em África, tendo alcançado a sua independência em 1975. Após sua independência abraçou o sistema socialista, num contexto de guerra fria entre os E.U.A e U.R.S.S. Este sistema foi possível até a realização das primeiras eleições multipartidárias em 1994. Hoje Moçambique intitula - se um país democrático, portanto ao longo deste e dos próximos textos, irei trazer algumas abordagens teóricas referentes à alguns conceitos de política que poderão ajudar a analisar e a compreender o exercício do poder neste país. Tratando-se então do primeiro texto, achei crucial iniciar abordando o próprio conceito de política.
O significado clássico
Derivado do adjectivo originado de pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social. O termo “Política”, se expandiu graças à influência da grande obra de Aristóteles, intitulada Política, que deve ser considerada como o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado, e sobre as várias formas de Governo, com a significação mais comum de arte ou ciência do Governo. A expressão Política, foi usada durante séculos para designar principalmente obras dedicadas ao estudo daquela esfera de actividades humanas que se refere às coisas do Estado.
O conceito de Política, entendido como forma de actividade ou de praxis humana, está estreitamente ligado ao poder. Este tem sido tradicionalmente definido como "consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem" (Hobbes) ou, analogamente, como "conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados" (Russell, 1872-1970). Sendo um destes meios, além do domínio da natureza, o domínio sobre os outros homens, o poder é definido por vezes como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e lhe determina, malgrado seu, o comportamento.
O poder político, refere-se ao poder do homem sobre outro homem, não à do poder do homem sobre a natureza. Esta relação de poder é expressa de diversas maneiras, onde se reconhecem fórmulas típicas da linguagem política: como relação entre governantes e governados, entre soberano e súbditos, entre Estado e cidadãos, entre autoridade e obediência, etc. Na tradição clássica que remonta especificamente a Aristóteles, eram consideradas três formas principais de poder do homem sobre o homem: o poder paterno, o poder despótico e o poder político, o paterno se exerce pelo interesse dos filhos; o despótico, pelo interesse do senhor; o político, pelo interesse de quem governa e de quem é governado, o que ocorre apenas nas formas correctas de Governo.

domingo, 27 de março de 2011

Foi nice, pá

Pode um fim de tarde de quinta feira ser tão agradável? Sim, pode. Prova-nos o lançamento do dia 17,  mês de Março, na Livraria Minerva. O lançamento de um livro é sempre uma cerimónia marcante. Para o autor que publica e para o público leitor que assiste. Ao fim de muito tempo de trabalho criativo, o autor finalmente dá-nos a conhecer o resultado e nós, leitores, que aguardamos com ansiedade, temos a possibilidade de aceder ao texto. Pouco a pouco o público foi se avolumando. Primeiro os mais ligados à organização: colocadores de cadeiras, montadores da aparelhagem de som, os leitores de excertos do livro, a apresentadora, os autores, familiares. Depois os demais convidados.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Porque não se criam partidos políticos, para radicarem a pobreza?

“O homem político tem a responsabilidade de adoptar soluções politicamente viáveis ao povo,  neste ponto difere do cientista político que procede cientificamente, se esforça por descobrir as razões do comportamento político dos que tem o poder ao seu cargo”. (Dimitri Lavroff, 1975).
Comecei este artigo por citar a frase do Lavroff, como forma de mostrar as responsabilidades do político e as competências do cientista político, mas a minha grande preocupação prende-se com o título do artigo, que cá entre nós são as expectativas do povo.
Com o objectivo de problematizar o título deste artigo, pelo facto de existirem partidos cujo cenário político é por si arquitectado e deste modo agem para satisfazer os seus interesses particulares, partido desse quadro, porquê não pensar em criar um partido que possa agir no sentido de satisfazer a colectividade.
Meus caros leitores, se a minha sugestão è radical, então o que acham do nosso campo politico?

domingo, 13 de março de 2011

“O fim dos livros” de Octave Uzanne

Depois de uma conferência em Londres, no fim do século XIX, convivas reúnem-se num clube e entretêm-se especulando sobre o futuro da humanidade nos próximos cem anos em vários domínios. Estes convivas acabavam de ouvir um notável físico inglês cujos cálculos indicavam que o fim do globo terrestre e a raça humana devia acontecer exactamente dentro de dez milhões de anos. Após uma explicação longa de vários assuntos cosmológicos feita pelo físico e matemático, o companheiro Edward Lembroke convida-os a cear. Foi depois esperar que o champanhe descontraísse os cérebros para que estes entusiastas do saber lançassem-se a sentenciar o futuro da humanidade.
James Wittmore vaticina um mundo em que “a América tomaria a dianteira do movimento na marcha do progresso” e “a África sempre explorada e sempre misteriosa”, “conquistada tão penosamente para a civilização.” Podemos contraditar o homem? Jullius Pollack, um vegetariano e naturalista prevê um mundo em que, graças à evolução na química, a alimentação seria doseada “sob a forma de pós, xaropes, pílulas e biscoitos” e “a fome riscada do registo das nossas misérias”, uma previsão bastante idealista que não lhe faltou censura. Arthur Blackcross, pintor e crítico de arte, místico, esotérico, simbolista e fundador da escola dos estetas do amanhã, desiludido com a falsidade artística, as cópias e a mediocridade, prevê uma saturação de quadros, de episódios históricos e figuras mitológicas, fazendo tais acontecimentos compreender aos governos “ a enorme loucura que cometeram ao não desencorajarem sistematicamente as artes, que é a única maneira de as proteger, exaltando-as”, e defende o regresso à uma arte aristocrática, onde “a produção será rara, mística, devota, superiormente pessoal”, compreendendo “talvez dez ou doze apóstolos por cada geração.”