sábado, 9 de abril de 2011

“7 de Abril”: Bem-haja mulher moçambicana

Anualmente, quando este dia chega, o país do Ruvuma ao Maputo, do Índico ao Zumbo pára, para dizer obrigado mulher moçambicana.
Mas porque será este dia tão importante?
A história de um povo, é feita de memórias, e a nossa não é excepção. O povo moçambicano, neste dia lembra homenageando, Josina Abiatar Muthemba, que depois de casar com então presidente de Moçambique, Samora Machel, passou a chamar - se Josina Machel.
Josina Machel natural de Inhambane, abandonou seus estudos e tudo, para se juntar à FRELIMO, na luta contra o colonialismo português. Guerrilheira e activista moçambicana, esta mulher, nasceu a 10 de Agosto de 1945 e morreu no dia 7 de Abril de 1971 vítima de doença. É em homenagem a esta figura, que Moçambique celebra oficialmente 7 de Abril como dia da mulher moçambicana.
Josina é o exemplo de uma mulher lutadora, que muito cedo entregou sua vida à nação, para lutar por uma nobre missão – libertar o povo moçambicano do jugo colonial, tendo se destacado durante a luta, ao fundar o Destacamento Feminino, assim como ao impulsionar a criação do Centro Infantil de Nangade em Cabo Delgado, onde elementos do Destacamento Feminino, tomavam conta das crianças que ficavam órfãs, ou crianças cujos pais estavam ausentes, no combate pela libertação nacional junto à FRELIMO.
Esta figura, hoje heroína, é sem dúvida a inspiração de milhares de mulheres, que a tem como modelo e exemplo a seguir, que dia pós dia, engajam-se na luta contra pobreza que ainda nos apoquenta, caso para reafirmar e validar a ideia segundo a qual “educar uma mulher é educar uma sociedade”.
Josina Machel, destacou-se também, ao ser uma das primeira a lutar pelos direitos da mulher e igualdade de género.  
“Antes da luta, mesmo na nossa sociedade, as mulheres tinham posição inferior. Hoje na FRELIMO, a mulher moçambicana tem voz e um importante papel a desempenhar, pode exprimir as suas opiniões; tem liberdade de dizer o que quiser. Tem os mesmos direitos e deveres que qualquer outro militante, porque é moçambicana, porque no nosso Partido não há discriminação baseada em sexo”. (palavras de Josina Machel durante a luta)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Conceito de Poder

Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objectos ou a fenómenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção).

Se o entendermos em sentido especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o Poder torna-se mais preciso, e seu espaço conceptual pode ir desde a capacidade geral de agir, até à capacidade do homem em determinar o comportamento do homem: Poder do homem sobre o homem. O homem é não só o sujeito mas também o objecto do Poder social. E Poder social é a capacidade que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a capacidade de um Governo de dar ordens aos cidadãos. Por outro lado, não é Poder social a capacidade de controlo que o homem tem sobre a natureza nem a utilização que faz dos recursos naturais. Naturalmente existem relações significativas entre o Poder sobre o homem e o Poder sobre a natureza ou sobre as coisas inanimadas.
Muitas vezes, o primeiro é condição do segundo e vice-versa. Vamos dar um exemplo: uma determinada empresa extrai petróleo de um pedaço do solo terrestre porque tem o Poder de impedir que outros se apropriem ou usem aquele mesmo solo. Da mesma forma, um Governo pode obter concessões de outro Governo, porque tem em seu Poder certos recursos materiais que se tornam instrumentos de pressão económica ou militar. Todavia, em linha de princípio, o Poder sobre o homem é sempre distinto do Poder sobre as coisas. E este último é relevante no estudo do Poder social, na medida em que pode se converter num recurso para exercer o Poder sobre o homem.
A definição de Hobbes, tal como se lê no princípio do capítulo décimo do Leviatã, é a seguinte: "O Poder de um homem... consiste nos meios de alcançar alguma aparente vantagem futura". Não é diferente, por exemplo, do que Gumplowicz afirmou: que a essência do Poder "consiste na posse dos meios de satisfazer as necessidades humanas e na possibilidade de dispor livremente de tais meios". Em definições como estas, o Poder é entendido como algo que se possui: como um objecto ou uma substância.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Liberdade: um dos maiores Slogans da Democracia, mas que em algum momento põe em causa a própria Democracia

Não procurarei definir o conceito de liberdade, na medida em que ele é amplo e abre espaço para sérios debates, mas o certo é que o conceito de liberdade esteve sempre presente nas reflexões de vários autores ou pensadores, desde os clássicos, passando pelos modernos, até aos contemporâneos. Com o emergir dos regimes democráticos, a liberdade ganha mais espaço, deixando de ser apenas uma preocupação dos intelectuais (na Grécia antiga), dos académicos, mas sim dos próprios governos, (ainda que forçosamente), da comunidade internacional, das sociedades, e de quase toda humanidade. Hoje já é possível ler, bem como ouvir a perpetuação dos debates clássicos ligados a liberdade, a questão da liberdade política, liberdade económica, liberdade social, liberdade cultural, em fim, a liberdade em todos os níveis. E é bom ser livre, e todos nós desejamos a liberdade em todas dimensões da vida, a liberdade é boa. No entanto, nem todas coisas boas nos levam à maravilhas, e a liberdade não é a excepção, daí que apesar dela ser um dos itens indispensáveis a qualquer regime democrático, ela pode por em causa esta mesma Democracia. Se não vejamos: Baseando-me nos pressuposto de Tocqueville (1998), o grande problema é que a liberdade anda lado a lado com o individualismo, principalmente a liberdade económica que é tão exaltada nos regimes democráticos, criando um cenário em que os indivíduos perdem a noção do comum, procurando agir por si próprios, construir e deter o melhor possível para seu próprio bem, o mesmo que dizer que a liberdade leva os indivíduos ao egoísmo, possecismo, onde os mais letrados e certamente com mais oportunidades estarão na dianteira, levando uma vida luxuosa, de ostentação e uma riqueza individual cada vez mais crescente, sendo que os iletrados, na sua maioria pobres, sem condições mínimas de vida, tornaram-se cada vez mais miseráveis e marginalizados.