Independência na minha modesta visão significa autonomia que um país tem para se auto-governar, elaborando políticas que se adequam ao contexto local, para a satisfação como prioridade aos que voluntariamente teriam elegido o governo em exercício. É nesse ambiente que o país para se auto-sustentar no âmbito da política externa, vai voluntariamente cooperar com os demais num processo que se traduzirá numa interdependência, que é uma relação que pressupõe a conjugação de esforços, para o alcance de um objectivo satisfatório para as partes envolvidas, contrariamente a dependência que traduz-se num atrelamento involuntário à uma orientação externa, que pode ser político económico e na pior das situações chegado mesmo a abranger ambos sectores.
Foi arquitectado uma estratégia de libertar Moçambique do domínio colonial, com o objectivo de alcançar a independência. Mas este objectivo continua sendo inatingível, e a condição para o alcance do mesmo objectivo, é que os moçambicanos teriam de se unir, mas essa tal condição foi sempre irrealizável. Existirá aqui uma relação de causa e efeito, em que a condição para libertar o país seria a união e a falta do mesmo teria comprometido o alcance desse mesmo objectivo?
A nossa percepção é a de que não, independentemente das contradições dos movimentos, desavenças dos actores evolvidos, na altura da luta pela independência do país, o objectivo foi alcançado, mas o que acontece é que o capitalismo ocidental, acaba gerado uma armadilha de dependência, aos países africanos, incluído o nosso, comprometendo deste modo a sua independência.
A dependência a que nos referimos neste artigo é a económica. Estando o nível de dependência do Governo em financiamento externo, nos 45% de Orçamento do Estado que traduz-se numa ajuda externa para reduzir os níveis de pobreza, para cobrir as áreas de infra-estruturais físicos e sociais e para o funcionamento de uma porção considerável de instituições públicas.
Dados de Banco Mundial constatam que Moçambique é mundialmente um dos países mais dependentes da ajuda externa. Esta situação apresenta um elevado risco de alienação dos interesses nacionais durante a elaboração e execução dos planos e estratégias do governo, incluído, as políticas públicas. Nesta lógica, a dependência económica influencia automaticamente na legitimidade política.