Realizaram-se no dia 20 e 22 de Novembro de2010 eleições à presidência da Associação dos Estudantes Universitários da Universidade Eduardo Mondlane (AEU). Até aí nada mau. O crítico, muito crítico, é a maneira profundamente torpe em que tais eleições foram realizadas.
Desde o princípio, as eleições foram marcadas por variadíssimas opacidades, omissão de informações a alguns candidatos, entre outras técnicas manhosas, todas com o propósito de beneficiar certo candidato, ao que se sabe, membro do último elenco da (AEU). Por isso, tais eleições ocorreram com várias manigâncias e manobras fraudulentas e infames. Eu tive sempre a ideia de que as associações juvenis em Moçambique são facilmente politizadas e comandadas por interesses que não são os seus, é por essa razão que sempre detestei juntar-me a elas, considerando que são acolhedoras de gente incapaz de se manter firme nos seus princípios, de prosseguir seus fins e, pior, incapaz de definir agendas e lutar para concretizá-las. Ou seja, essas associações deixam de lutar por suas causas e concentram-se em agendas programadas de fora. A consciência livre obriga-me a recusar subserviências desse tipo.
A nossa AEU (sou estudante da UEM) não escapou dessas redes de programação e força de mãos externas. Desde que sou estudante da UEM, além de aparições fugazes e convencionais (especialmente em momentos de entretenimento) vi muito pouco da AEU, mas, muito pouco mesmo. Não compreendo, entre muitas outras coisas, como é que um número bem significativo de estudantes ignora a existência desta organização, principalmente os que não vivem nas residências universitárias. Os estudantes ignoram porque ela não existe, é uma ficção (hipótese 1) ou porque ela é tão inoperante que não merece lugar no imaginário dos estudantes (hipótese 2). Cada um que tire as suas conclusões.Se durante os dois anos do mandato tinha havido uma actuação no mínimo suspeita e aquém do esperado, as eleições de dois mil e dez foram péssimas e trouxeram à superfície todos os podres desta nossa AEU.
A AEU existe para representar o estudante, para ser um espaço em que se discutem os problemas dos estudantes, com os próprios estudantes, com as estruturas da universidade e proporcionando uma relação óptima com o exterior. Os sentidos subvertem-se. Quando a última presidência chegou lá, a AEU transformou-se num instrumento para apropriação de benefícios que deviam ser dos estudantes, verdadeiras campanhas de usurpação. Foi só esperar para vermos o jetsetismo, a ambição desmedida e a pressa para atingir um status “notável” a converterem os dirigentes da QUE em sujeitos maquiavélicos, típicas aves da rapina, capazes de tudo e do pior.
Lembro-me de ter lido há dias um artigo do Mia, sobre os May Be Man, uma versão renovada (mas que sempre existiu) dos Yes Man. Estes da AEU foram o misto dos dois – ou no fundo os Yes Man e os May Be Man – são da mesma estirpe. Por isso retirem-se, vocês são gente de meter nojo. Exactamente: nojo. São uma chaga purulenta, estragada e não são exemplo para ninguém.
Aparecem com ar de quem sabe das coisas a ensinar-nos o bê-á-bá; Pois se tivessem que nos ensinar o que quer que fosse seriam as vossas técnicas de pilhagem. Tenho que admitir: são sofisticadas. Mas desta vez falharam. Falharam feio. E o people estudante sabe, claro que sabe.
O sentimento de revolta que criaram, o desgosto e as contas mal resolvidas são as vossas únicas heranças. E até que a raiva não cesse continuaremos a reprimir-vos, asquerosos.
E para acabar, viva o estudante consciente e livre.
Tavares B.
Sem comentários:
Enviar um comentário