sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vovó Maria respira de alívio: o filho voltou, mas doente

Passavam-se 25 anos, que a vovó Maria, como é carinhosamente tratada no seu bairro, não via um dos seus filhos, que saíra aos 25 anos de idade, migrando para a terra do rand (África do Sul), a procura de melhores condições de vida. Com 25 anos, o filho partiu, com promessa de voltar logo que conseguisse algum dinheiro pelo trabalho que ia fazer na África do Sul, para ajudar a mãe e projectar sua própria vida. Anos e anos passaram, o filho não dava notícias, muito menos visitava a casa e o país que o viram nascer. Em cada dia e noite, que o tempo ia consumindo, vovó Maria, perdia esperança de voltar a ver o filho, desapontada e desesperada chegou a excluí-lo dos que pelo seu útero passaram…”aquele já não é mais meu filho… que fique lá mesmo na África do Sul…”, assim desabafava, a vovó Maria.
O que mais lhe doía, era saber que o filho estava vivo e são, pois recebia informações de outros filhos seus também trabalhando na África do Sul, mas que a visitavam, sempre que pudessem.
Eis, que passado um quartel, quando o filho da Vovó Maria, ia fazer seu quinquagésimo aniversário, a pobre velha recebe a notícia do regresso dele a casa. Emocionada e ansiosa, imediatamente se faz a terminal dos transportes para o receber, mesmo se ressentindo da velhice, preferiu deixar tudo e disputar o famoso “chapa” (transporte semi-colectivo), para poder dar um abraço ao filho, que por muito tempo lhe criou saudades e muito sofrimento, mas que na sua imaginação tudo tinha acabado, pois, ele voltava para casa.
Entretanto, o que forçava o filho a voltar para casa, não eram saudades da mãe, muito menos a vontade de ver e conviver com os seus compatriotas em Moçambique, mas sim o seu mau estado de saúde, que o impossibilitava de levar a vida normalmente. Apesar do longo tempo que não o via, vovó Maria, percebeu que o filho estava gravemente doente, e que mais do que nunca, naquele momento, precisava de um bom acolhimento. Carinhosamente, a pobre velha, o levou para casa, cuidando-o como um como um garroto de cinco anitos…por aí.
Os dias que se seguiram foram de muito sofrimento e profunda dor para ambos. Por um lado, a vovó Maria chorava ao ver seu amado filho à beira da morte, e por outro, seu filho arrependido lacrimejava, não sou pelo seu débil estado de saúde, mas também por saber, que muitos ente queridos seus haviam perecido. Na casa vizinha, estava um seu amigo de infância, porém, com a vida nas mãos de Deus, dado que encontrava-se muito doente.
Com o polegar no queixo, o filho agora, olha para cima e pede a Deus que lhe perdoe e lhe conceda mais alguns dias de vida, para que possa pelo menos regressar a Djon (África do Sul), vender sua casa e bens, para poder ajudar a mãe e quiçá começar a vida de novo, em Moçambique. (Relato de um facto real vivido num dos bairros suburbanos da cidade de Maputo. E a história continua…).
Ofice Jorge
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. bela estoria, bela criacao,mas terminou cedo ainda dava-me muita vontade de continuar a ler, mas nao tiro nenhum, merito,parabens.

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  2. Thnaks, como eu disse, a historia ainda n terminou....espere pela segunda parte

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