sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Por favor, afaste-se de mim

O Grupo Escolar, diz que tu és um líquido incolor, volátil, com odor característico, obtido através da fermentação de uma solução que contenha açúcar. Dizem eles ainda, que és uma droga psicotrópica, lícita, que satisfaz temporariamente uma necessidade de euforia, proporcionando um alívio temporário de tensões psicológicas ou físicas e que tens sido usado desde o início da civilização humana, constando na história de variados povos que por este planeta passaram.
Mas não é sobre tua definição, muito menos da tua história, que eu quero falar. Quero sim, debruçar-me sobre o perigo que tu constituis, para mim e para humanidade no geral. Conheci-te, vão lá sete anos, quando pela primeira vez, senti teu sabor amargo, que no entanto, em pouco tempo tornou-se agradável, particularmente pela tua capacidade de satisfazer as necessidades de quem quer que seja, para qual for o desejo, até para comportamentos comparados aos de animais como macaco, leão e porco, sendo que cada comportamento equivale a um determinado estágio, que por sua vez, é ditado por quanto tu és consumido.
Eh! Tenho que reconhecer teu poder de tomar e conduzir os homens, de tal forma que por revelar minha profunda angústia sobre ti, alguns vão me achar de louco e de um problema para o que mais lhes dá satisfação na vida. Porém, tenho que desabafar.
Oh álcool, afaste-se de mim. Tu és responsável por cerca da metade de jovens “perdidos”, não só no meu país, mas pelo mundo inteiro. Tu és responsável pela morte do meu vizinho, por overdose após te ingerir em excesso. Tu és responsável pela deficiência física da Maninha, quando o motorista que a transportava, embriagado acidentou, és também responsável, pela morte do melhor amigo de Inocêncio, depois que se atirou do prédio, também embriagado, enganosamente pensando que estava na piscina, és responsável pelo desaparecimento físico do próprio Inocêncio, após contrair uma doença, quando desprotegido, manteve relações sexuais com uma infectada, por que tu tinhas tomado conta da sua consciência. E segundo a Rádio Moçambique, senhor Bartolomeu Guambe, de 62 anos de idade, no distrito de Inharrime, em Inhambane, matou sua própria filha, após esta, ter recusado a manter relações sexuais com ele, e como Guambe disse, teria sido traído por ti, Álcool.
São tantos, tantos, tantos, mas tantos os casos de desastres causados pelo teu consumo, álcool, desde crianças desamparadas, famílias destruídas, casais separados, cargos profissionais perdidos, acidentes de viação, violência, etc, etc.
Com estas pequenas palavras, quero te pedir, que desapareças da minha vida e da dos meus compatriotas. Estou consciente do desemprego e sofrimento que poderás causar a mais da metade da população mundial, mas talvez para a salvação da totalidade.

Nota: Com excepção do caso “Bartolomeu”, os restantes personagens deste texto são fictícios. Portanto, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência.
Entretanto, não se trata de um artigo com intenção de acabar com o álcool, mas sim de um alerta sobre o consumo excessivo de álcool, que como o texto refere, tem criado luto e muito sofrimento nas nossas famílias.
                                                                                          Ofice Jorge
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. O álcool é um daqueles amigos que nos completa, a sua companhia é mais do que agradável no momento em que estamos na sua companhia mas depois da diversão é só angustia sofrimento e acima de tudo desgraça... Eu em particular sou da opinião que o governo tinha que subir os preços do álcool e cigarros e diminuir os preços dos produtos da primeira necessidade. E vou mais longe ja esta mais do que na hora de se investir no remédio para deixar de beber, a comunidade dos alcoólicos necessita.

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  2. Hahahahah....concordo contigo Pedro, quando dizes que o álcool eh daquelas coisas, que no memento de consumo tudo ta muito bom e bonito, mas depois eh só angustia e sofrimento....Entretanto, aumentar preços do álcool não seria muito viável, na medida em que, o álcool mais perigoso pelo menos em Moçambique, eh o mais barato...que seria o refugio de muitos jovens. imagine só o que pode suceder! Quanto ao medicamento, acho meio impossível, dado que as pessoas que produzem o álcool são as mesmas que definem as regras na sociedade, e por que estamos no mundo de interesses de alguma forma fariam isso...o melhor eh cada um se abdicar do álcool, a começar por si....hehehhe

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