Um grupo de investigadores iniciará a busca pelos ossos do autor de “Dom Quixote”, num mosteiro de Madrid, onde seus restos mortais foram depositados em 1616, não sendo conhecido o local exacto. Os preparativos iniciaram há 18 meses quando Luís Avilar comentou com o historiador Fernando Prado uma ideia sugerida por um amigo, noticia o “ELPAÍS”. A ideia apaixonou Prado e transformou-se num plano concreto de resgate. Os dois procuraram referências importantes sobre Cervantes e o mosteiro, construído em 1609 e reconstruído 1673. A operação, que recorrerá a sondagens no subsolo e paredes através de infravermelhos, terá a duração de três semanas e conta com o aval da Real Academia Espanhola e o beneplácito do Arcebispo de Madrid. A descoberta e posterior análise dos ossos permitirá revelar as causas da morte de Cervantes, que se acredita que tenha sido de cirrose, quando o autor tinha 69 anos.
Os especialistas afirmam que não será difícil identificar os restos do escritor, devido a lesões sofridas no braço esquerdo durante a batalha de Lepanto, em 1571, que deixaram sinais em seus ossos.
A maior dificuldade reside no facto de o mosteiro ter sofrido várias mudanças e as tumbas terem sido transladadas para outro recinto. A operação procura agora por financiamento e Fernando Prado espera apresentar os resultados até 2016, quando se comemorar o quarto centenário da morte de Miguel de Cervantes.
Conhecem-se algumas teorias sobre o paradeiro dos ossos do escritor espanhol. Em 1870, Mariano Roca de Togores sugeria, num estudo, que Cervantes terá sido enterrado nas imediações do mosteiro. Outras informações situam os ossos numa reentrância da parede junto à horta do monumento e outras que colocam o escritor dentro da igreja, onde uma lápide recorda o seu enterro e da mulher.
Miguel de Cervantes nasceu em 1547 em Alcalá de Henares e morreu em Madrid, 1616. Sua obra, “Dom Quixote”, é considerada das mais importantes da literatura universal. Preso por dívidas, engendrou “Dom Quixote” no cárcere de Sevilha.
Belarmino Coutinho
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