segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As manifestações no norte da África

Nos últimos meses, o norte da África, tem sido palco de manifestações, com populares exigindo reformas políticas e económicas, tendo levado a renúncia de alguns chefes de Estado, tal foi o caso de Zine El Abidine Ben Ali  da Tunísia e Hosni Mubarak do Egipto. Desde que estes acontecimentos tiveram inicio, até ao presente momento, o que a mim mais me espanta, é a maneira como isto é tratado nos diversos órgãos de comunicação social, com tendências a olhar e analisar o assunto como um problema “deles”. Muamar kadafi, que há tempos era um dos grandes símbolos de África, é hoje visto como um grande ditador. Egipto, Tunísia e a própria Líbia que “ontem” eram considerados países económicos relativamente estáveis, no presente é onde há a riqueza é desigualmente distribuída e com custos de vida altos.
Pois é: não nego, as razões levantadas como estando por detrás das manifestações, sobretudo quando se trata de direitos humanos, pois na maioria desses países, o Estado se confunde com a religião, e nalgum momento, alguns princípios defendidos pela religião entram em contraste com os Direitos Universais do Homem. No entanto, não atribuíamos culpa da crise, a suposta ditadura ou ausência dos mesmos direitos, nesses países. A causa é uma e única: o elevado custo de vida a nível internacional, que está afectar muitos países, alguns deles em situações piores que as da Líbia, Egipto e Tunísia.
Hoje, para fugir esta realidade chamamos os outros de ditadores. Quantos países que se chamam de democráticos, estão cada dia se endividando, fazendo cortes nas despesas publicas?
Caros leitores: a democracia não enche estômago. O relatório do PNUD sobre a democracia na América latina (2004), faz referência que cerca de 55% da população de América Latina, prefere até regimes ditatoriais, desde que estes resolvam os seus problemas, criando políticas que atendam as suas necessidades básicas.
Com isto, não quero eu defender a ditadura, nem tão pouco as obscenidades que Kadafi e seu elenco estão cometendo. Mas, quero eu afirmar que não é a democracia que tanto se alveja, que vai trazer tranquilidade naqueles populares, é sim qualidade de vida, que pode ser alcançada com dirigentes políticos honestos e transparentes na gestão pública (verdadeiros servidores do povo). Nem mesmos, as ditas democracias consolidadas, tiveram violentos protestos, tal foi o caso da Inglaterra e Itália, onde estudantes nos finais do ano passado manifestaram contra a subida de propinas nas Universidades. Por isso, a situação que se vive no norte da África, não é só uma crise de regime, é muito mais uma crise económica, (custo alto de vida), em que apenas minorias vivem em melhores condições e a maioria esmagadora (povo) vive na miséria, realidade que se vive em maior parte dos países, sobretudo da África Austral, daí que não se descarta a possibilidade de semelhantes manifestações por aqui ocorrerem, claro sem violência, aliás em países “democráticos” como Moçambique, sempre que necessário e legítimo, os povos manifestam!
Ofice Jorge  
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

  1. penso k o texto foge do cerne da qustão... é certo que o elevado custo de vida é uma das causas das manifestações, no entanto, a causa "sine qua non" é a corrupção, pulhagem, prisoes arbitrárias e o grande fosso entre os membros do governo e o resto da população...
    hora vejamos, o presidente deposto da Tunisia e a sua família controlava cerca de 20% da economia do país...é preciso ver que os manifestantes nao reclamavam sobre os preços dos produtos, mas exigiam o fim dos regimes da corrupção do enriquecimento ilegal e das prisões arbitrárias. Na Líbias, por exemplo os manifestantes queimaram as cadeis que consideraram simbolo de 40 anos de opressão...
    Estes motivos que na minha optica levaram o povo do Magreb a exigir a renúcia dos seus govenros, tarde ou cedo serao também usados na África a sul do Sahara para escoraçar as elites políticas do poder que desde a independencia (salvo poucas excepções que nao heid precisar)estão a delapidar, esbanjar, esturquir o dinheiro do erário público para o enriquecimento individual... as enormes terras, fabriças, manções etc, simbolo da corrupção de Mubarak, Ben Ali e companhia também sao possuídos pelos demais presidentes Africanos

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  2. penso estamos a falar a mesama lingua. verdade 'e k as populacoes, exigem reformas tantopolitica e economicas, dai que a crise torana-se mais economica k outra coisa. O k eu nego, a forma como o assunto 'e tratado,... nao se pode dizer 'e crise do regime "ditadura", pork como tu bem reafirmaste o k no artigo foi dito, os dirigentes tornam os estados suas casas, fazem e desfazem e isso nao so acontecem na libia, tunisia, egipto. 'e realidade de muitos paises...

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  3. penso k se abordasses o texto em duas vertentes a politica e a economica serias mais feliz. e um texto que evidencia mais os aspectos economicos das manifestacoes nos paises do magrebe, negligenciando a questao da abertura politica que tanto se clama. se virmos tanto as manifestacoes na tunisia, egipto assim como na libia trazem a tona a questao da perpetuacao dos dirigentes politicos no poder, maior liberdade dos cidadaos, respeito pelos direitos humanos, etc. se virmos estes tres paises no ranquing dos 15 paises mais estaveis economicamente da africa estao la.

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