A 25 de Setembro de 1975, Moçambique
conquistava a sua independência do governo colonial português. Logo após este
marco na história do povo moçambicano, o país vive um momento difícil,
caracterizado por uma pobreza extrema associado ao conflito armado interno que
opunha o actual partido no poder, a FRELIMO e o maior partido da oposição a
RENAMO, então grupo de guerrilha. Foi sem dúvida alguma, um período dramático
na vida dos moçambicanos, que tanto precisavam de sossego e conforto, depois da
longa e dolorosa colonização portuguesa. Após 16 anos de guerra civil,
finalmente o país vive uma definitiva estabilidade, com a assinatura dos
acordos de Paz em 1992, na capital italiana, Roma.
E volvidos hoje cerca de 37 anos de
independência e 20 anos de Paz, Moçambique, é um país livre, estável e com
sinais de um indiscutível franco desenvolvimento, por um lado, devido ao maior
apoio em investimento que tem recebido por parte de organizações internacionais
e por outro, pelo trabalho conjunto que o governo tem realizado com vista ao
desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida da população
moçambicana.
Hoje o país conta com mais de 36 instituições
de ensino superior, cujo objectivo é garantir a formação de profissionais em
diversas áreas científicas, assim como também, regista um aumento significativo
de investimentos externos de grande dimensão, que têm contribuído grandemente
para o alívio da pobreza que ainda assola milhares e milhares de moçambicanos.
No entanto, apesar do visível crescimento
económico e da relativa melhoria na qualidade de vida, Moçambique, enfrenta um
grande problema que coloca em risco todo este esforço tendente ao
desenvolvimento do país. A Corrupção.
Definida como o uso do poder para obtenção de
vantagens e fazer uso de dinheiro público para alcançar interesses próprios, de
um amigo, da família ou integrante. Este fenómeno, segundo especialistas, pode
ser visto a dois níveis, nomeadamente:
Pequena Corrupção
(a mais visível), que verifica-se nos postos policiais, unidades sanitárias,
escolas, e departamentos do governo e Grande
Corrupção, que
caracteriza-se por desvio de fundos significativos dos cofres do Estado e no
mau comportamento e abuso de poder.
Este problema, tem como consequências, a
diminuição do investimento externo, redução ou má a prestação de serviços
públicos, grandes despesas para o governo, sendo que a população mais
desfavorecida é a maior vítima, pois, depende totalmente de serviços públicos.
Contudo, mesmo diante desta dramática situação, Eu tenho um sonho. Diz se que
a corrupção em Moçambique, apesar de se considerar um crime, é um acto
legitimado pela sociedade e portanto, é uma norma social e cultural que faz
parte do quotidiano dos moçambicanos, porém, mesmo assim, Eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho de nunca
mais ouvir condutores na Cidade de Maputo, se queixando de subornos pelos
polícias, pelo que, sonho em cada dia da minha vida, com uma polícia
moçambicana justa, íntegra e que seja efectivamente actor da lei e ordem no
país.
Nem com as grandes filas e enchentes nos
hospitais e noutros serviços públicos,
Eu tenho um sonho. Pés
embora “os magros” salários que os nossos funcionários públicos ostentam, Eu tenho um sonho. O sonho de jamais presenciar cenas de
gorjetas à agentes públicos para ou por um atendimento mais rápido/melhor em
qualquer que seja instituição do Estado e nem de ser cobrado algum valor
monetário “injustamente” por um serviço a que mereço por direito.
Eu tenho um sonho, sonho de
ver aquele Gabinete Central de Combate à Corrupção, funcionando com eficiência
e eficácia para os propósitos aos quais foi instituído, ou seja, investigar e
instaurar processos contra os funcionários públicos acusados de fraude e abuso
do poder. Eu tenho um sonho,
de presenciar mais casos de funcionários desonestos e corruptos sendo
condenados exemplarmente, tal como aconteceu na empresa dos Aeroportos de
Moçambique, onde funcionários de alto nível, foram responsabilizados por desvio
de grandes quantias de dinheiro do Estado.
Ainda que me digam que as caixas de
reclamação nas instituições públicas, não funcionam, são apenas para “o inglês
ver” como por cá se diz, Eu tenho um sonho de um dia este país se tornar
exemplo de transparência, de responsabilização e acima de tudo de integridade,
no que diz respeito a governação, prestação de contas e resolução dos problemas
do povo.
Eu tenho um sonho, de uma
geração futura que não tenha como obstáculo para o seu desenvolvimento, a Corrupção, e que se
empenhe lutando por um Moçambique próspero e ainda melhor. Em fim, Eu tenho um sonho, de um dia viver em um Moçambique
livre da corrupção.
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