
Gosto de vender livros. Primeiro informo-me sobre eles, depois peço-os às editoras e distribuidoras que mos fornecem. Esta paixão torna-se cada dia maior, especialmente porque sabe bem ver, um a um, todos os livros que escolheste comprar serem vendidos. O mercado livreiro obedece hoje a uma lógica em que os bestsellers lideram os pedidos, fortemente sugeridos pelas campanhas publicitárias. Sucede que parte dos livros que encomendo não são bestsellers, não são recomendados por uma pop star ou um mediático apresentador de televisão, ou uma actriz que considera certo livro “formidável”, ou um político afamado. Compro-os porque os li e achei-os capazes de apelar e escandalizar, apaixonar e perturbar a mente do leitor, ou gerar qualquer outro sentimento que não seja o mero entretenimento. Pesa algumas vezes um receio: será que o público os receberá? Será que ao fim de um mês estará tudo vendido?